porto de abrigo.

«palavras leva-as o vento» , e desta forma começo a passar para a escrita a mágoa que tenho dentro de mim por ignorares cada palavra que diga, ou simplesmente não queiras dar importância. comecemos à uns belos tempos atrás...

conhecemo-nos através do hi5, começámos a falar e rapidamente me disses-te que irias mudar de escola e irias mudar-te para a escola perto da minha. aí , sabia que darmos continuidade a uma amizade não iria ser complicado, amizade essa sem ser por comentários nas redes sociais, ou conversas sem fundamento no messenger. eras uma pessoa acessível, eras simpática e partilhavas a mesma paixão que eu , o voleibol. tão depressa nos imaginámos a jogar juntas e a ir para a tua equipa, em que tu me levas-te para lá e assim fiquei.. mas, antes disso, numa dessas noites de fevereiro em que o frio ainda se faz sentir, o sol é pouco ou nenhum, me ligas-te. dizias se queria ir contigo para vila do conde participar num torneio de voleibol. foi um sonho, pensava não ser possível até ao outro dia bem cedo, estar dentro do teu carro a falar com a tua mãe como se a conhecesse à séculos. comemos gomas na viagem e desde aí que isso nos marca, cada sitio onde vamos as gomas tem de estar presentes; são essas pequenas coisas que dão sabor à vida. com o decorrer da conversa percebi que vocês iriam passar uma noite no hotel onde a minha mãe trabalhava, daí a minha satisfação por poder ir ter contigo e estar contigo.. a parte melhor, foi quando me juntei ao eco clube, e daí ter passado também o fim-de-semana convosco. entrei na equipa, e a partir daí temos tantos e tantos momentos memoráveis. as noites passadas aí, os treinos juntas, a ida às gomas, os atrasos, o enchermos como castigo, as viagens para os jogos e o TVL ! não tenho forças neste momento para conseguir exprimir qualquer tipo de sentimentos, dói-me muito a cabeça pelas lágrimas que já percorreram a minha face, e não consigo estar a escrever um daqueles textos que as melhores amigas escrevem.. mas.. sou uma desilusão, por isso não é novidade que nem tudo o que me vai na alma seja transcrito da melhor maneira.
continuando, a nossa amizade , era a nossa amizade, que tanta gente invejava, que todo o mundo desejava. Fomos passar férias juntas e foram as melhores de sempre. não vale a pena dizer-te porque tu sabes e afinal de contas, isto é um texto para ti, não para as outras pessoas saberem tudo pela qual a nossa amizade já passou; quero que saibas que és um apoio fundamental, não me esqueço do que fazes e fizeste por mim, a ida a matosinhos, a ida ao psi, as inúmeras vezes que aturas-te os meus dramas sem nada pedires em troca. agradeço-te por isso, mas as amizades é assim : dar e receber; e nessa parte nas nossas últimas férias falhei. falhei em não estar sempre contigo e não entender que não te sentias confortável com isso, falhei por não saber ouvir-te e isolar-me e chorar, falhei quando não fui ter contigo e não discuti contigo e depois te dava um grande abraço e dizias que eras a melhor amiga e que te amava. falhei em muitas coisas, e estás mais que desiludida comigo... neste momento, depois da nossa discussão, da nossa troca de palavras sei que és realmente o meu porto de abrigo. és a minha gruta, em que sempre estou em baixo tu abrigas-me nela e dás-me todo o carinho que tens. nada destas palavras mudam a desilusão que tens por mim, nem resolve nenhum problema.. mas não me sinto com força/vontade de falar com ninguém sobre isto, porque todos os desabafos são contigo, então escrevi.. num lugar só meu, onde só vem quem eu quero e onde posso libertar toda a tristeza que carrego neste momento.

isto já vai longo, e não sei se vais ter paciência ou quiçá vontade para ler , mas foi escrito com carinho, com todo o que tenho por ti e pela nossa amizade.

obrigada por este tempo todo ! amo-te